Patologias
Conheça algumas doenças da coluna
Hérnia de disco
A hérnia de disco pode ocorrer em qualquer o discos intervertebral, sendo mais predominante na região lombar. Pode estar associada ou não a outras doenças da coluna. A hérnia consiste em uma extrusão do disco intervertebral, normalmente contendo o núcleo pulposo. As estruturas nervosas estão comprometidas pelo estreitamento dos locais por onde passam os nervos, medula ou saco dural. O sintoma predominante da hérnia de disco lombar é a ciatalgia, (dor irradiada para as pernas), podendo haver perda de força, sensibilidade ou reflexos na área inervada pela raiz lesada. O diagnóstico é realizado com uma avaliação clínica e radiológica do paciente. O tratamento conservador é utilizado em fases iniciais, com analgésicos, anti-inflamatórios e repouso na fase aguda, fisioterapia no período seguinte e reforço muscular para tratar os sintomas e evitar o progresso da degeneração. Por exemplo, uma pessoa portadora de hérnia de disco com sintomas irradiados para as pernas (dor, formigamento, sensibilidade diminuída), não deve alongar este membro para não agravar os sintomas. Igualmente, movimentos de rotação da coluna devem ser evitados. Em casos avançados, com comprometimento de raízes nervosas, o tratamento pode ser cirúrgico.
Dor lombar
Lombalgia é caracterizada por dor na região lombar, associada ou não a dor ciática - dor irradiada para glúteo, coxa, perna e/ou pé. Estatísticas brasileiras dizem que aproximadamente 80% da população tem ou terá em algum momento da vida esse tipo de dor. Os sintomas da lombalgia vão desde ligeiros desconfortos, dores, queimações, crises com "travamentos" e até incapacidade de ficar com o corpo ereto para caminhar ou até mesmo manter-se em pé. Dentre as possíveis causas de lombalgia podem-se citar causas mecânicas (p.ex. excesso de peso, movimentos bruscos, etc.), inflamatórias, nervosas, reumáticas e quando não é possível definir a causa pode-se denominá-la dor lombar inespecífica. Uma da causas mais comuns de dor lombar é a degeneração discal. Ao passar dos anos, o disco desgasta, desidratando-se. No processo degenerativo, o disco pode inflamar e gerar uma dor profunda nas costas, chamada de dor discogênica.
Escoliose do Adolescente
Escoliose é a deformidade lateral de pelo menos 10 graus, apresentando-se como uma coluna em "S" ou em "C". Durante a adolescência a escoliose geralmente não produz dor. Portanto, pode estar presente durante anos antes de ser notada. O diagnóstico comumente é feito em triagens escolares, achados radiológicos, ou quando há descontentamento físico. A progressão da deformidade normalmente ocorre nos períodos de crescimento ósseo, conhecidos como estirão. Os coletes (Colete de Boston e Colete de Milwalkee) são algumas formas de tratamento, sendo indicados para evitar a progressão da curva, e não para tratá-las, devendo ser utilizados por 23 horas por dia, retirando-os apenas para higiene pessoal. O tratamento cirúrgico tem como objetivo principal prevenir o avanço da curvatura e corrigir ao máximo a deformidade existente, beneficiando a aparência e minimizando as complicações relacionadas a essa patologia.
Fraturas osteoporóticas
Osteoporose é um distúrbio esquelético generalizado caracterizado pelo comprometimento da densidade e qualidade óssea, aumentando o risco de fratura. Com o aumento da população idosa, acredita-se que em 2020 serão 48 milhões de pessoas com osteopenia (baixa massa óssea). Acomete principalmente idosos, sendo que a incidência de fratura da vértebra e aumenta gradativamente com a idade. O diagnóstico é feito através do exame de densitometria óssea. Segundo a Fundação Nacional de Osteoporose (NOF - sigla em inglês), é recomendado que pacientes mulheres devem realizar a densitometria após os 65 anos, e os homens após os 70 anos. O tratamento pode ser com medicamentos. Quando há fratura do corpo vertebral, as indicações cirúrgicas incluem dor, mielopatia, progressão de deformidade, claudicação neurogênica e a não eficácia dos tratamentos conservadores. Outras técnicas, como a Vertebroplastia e a Cifoplastia, visam o alívio da dor causada pela fratura e devolvem o suporte estrutural da coluna. Na Vertebroplastia injeta-se cimento ósseo (Polimetilmetacrilato - PMMA) no interior da vértebra fraturada, enquanto que na Cifoplastia injeta-se um balão no interior da vértebra que é posteriormente preenchido com cimento ósseo.
Osteófitos ("bico de papagaio")
Com o desgaste da articulação vertebral (degeneração do disco intervertebral) acontece a instabilidade do segmento da coluna, e assim micromovimentação de forma anormal. Na tentativa de estabilizar e fusionar este nível doente da coluna o corpo humano faz crescer osso. Esse novo osso é o osteófito marginal, comumente chamado de bico de papagaio. Nos casos onde existem os osteófitos, provavelmente os discos estão desgastados e há instabilidade do nível. Os sintomas geralmente não são diretamente causados pelo bico de papagaio e sim pelas alterações relacionadas. Em quadros de dor aguda podem ser usados medicamentos ou fisioterapia. Para casos crônicos, de longa história de dor, a estabilidade do nível afetado através de artrodese pode ser benéfica.
Degeneração Facetária
As vértebras articulam-se umas com as outras através de 3 articulações, sendo que a principal delas é o disco intervertebral. Na região posterior da vértebra encontramos outras duas articulações, chamadas de facetas articulares, que suportam cerca de 20% de toda a carga transmitida pela coluna. Estas facetas são articulações sinoviais que apresentam uma superfície de cartilagem rodeada por uma cápsula preenchida por líquido sinovial. Esta cápsula é inervada por nervos sensíveis à dor, ou seja, levam as informações dolorosas para o cérebro. Tal estímulo doloroso pode estar relacionado a traumatismos, inflamação local, estiramento e carga excessiva, além de degeneração da articulação (osteoartrite), muitas vezes relacionados com o avançar da idade. Essa dor costuma ser axial lombar baixa, ou seja, localizada na região central inferior das costas. Também pode apresentar dor irradiada para os membros inferiores, quando a inflamação se estende até as raízes nervosas, ou causa aumento da cápsula comprimindo o nervo, cursando com estenose foraminal.